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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Há braços


 Olá, galera! Eu e a Paula pedimos desculpas por não estar publicando tanto aqui, é que estamos com um probleminha sério, sabe: Falta de tempo! rsrs  Mas, estamos fazendo o possível para estar aqui com vocês, então, não nos abandonem, tá?! :) Amamos muito cada um de vocês! E obrigada a todos pelos comentários, pelo carinho, pelas orações e por todo apoio, que são extremamente importantes para nós!
Hoje vou deixar um trecho de um livro MA-RA-VI-LHO-SO que estou lendo, espero que gostem! ;)

"- Bom dia. O que vocês querem?
 - Muito prazer. Somos de uma igreja próxima e...
O amigo que me acompanhava não conseguiu concluir a frase. A simples menção à palavra "igreja" já provocou engulhos na pessoa que nos recebeu.
 - Tô can-sa-dér-ri-ma de crentes que aparecem aqui, dizem que vão ajudar e depois desaparecem. Vocês são dessa laia?
  Sempre ocupado, Cícero Caetano Leonardo era direto e não tinha papas nem arcebispos na língua. Inicialmente conhecido como " Caetana", logo se transformou em "Brenda Lee". Elegante num tailleur creme e sapatos de salto altíssimo, ela nos recebeu friamente e continuou a testar para ver se nossa vontade de colaborar era genuína.
  Na época, liderava a juventude da igreja, e esse papo de encher a agenda de atividades para entreter a galera nunca me agradou muito. Alguém sugeriu ajudarmos uma instituição beneficente, e tentamos encontrar algo nas redondezas. Descobrimos o Palácio das Princesas, nome informal com que era conhecida a Casa de Apoio Brenda Lee.
  O imóvel ficava na rua Major Diogo, no Bixiga, e abrigava pessoas duplamente discriminadas. Travestis, moradores de rua, soropositivos e com a doença em estágios variados. O abrigo foi instituído formalmente em 1988.
  - Então vocês querem colaborar? Tá aqui, ó: conta de luz atrasada há dois meses.
  Encurralado pela macheza dela, era hora de bater o cinto na mesa.
  - Pode deixar as contas com a gente, Brenda? Fique tranquila que na segunda-feira a gente volta aqui com isso resolvido.
  Arrecadamos a grana com as pessoas mais próximas, felizes porque não precisávamos esconder de ninguém da igreja quem estávamos ajudando. Na manhã de segunda-feira, entregamos as contas quitadas, certos de que seríamos aprovados no teste. Ledo e Ivo engano. A mulé era dura na queda...
  -Muito bem. resolveram a parte inicial, mas minhas meninas e meus meninos precisam de muita coisa. Tão quase morrendo, e nem pensem em trazer arroz e feijão pra cá, ouviram? Como estão sofrendo e quase no fim da vida, a gente precisa fazer coisas gostosas para eles. Podem arrecadar leite condensado, creme de leite, pêssego em calda...
  Eta preula... Na semana seguinte, voltamos com várias caixas de tudo o que havia sido solicitado. Finalmente, conseguimos amolecer o coração de Brenda. Equilibrando-se em saltos que a deixavam ainda mais alta, ela ordenou:
  - Podem me seguir que agora vão conhecer as pessoas que vocês estão ajudando.
  A casa era uma espécie de hospital improvisado. Um novo quarto foi construído ali, outros acolá, um novo piso recebeu várias camas... Enfim, uma sucessão de puxadinhos simples e impecavelmente limpos.
  Brenda nos apresentava um a um pelo nome, e às vezes fazia alguns adendos em voz baixa. A maioria estava num estágio avançado da doença, e é impossível esquecer daqueles corpos deformados sendo alvos de tanto carinho. O trabalho que fazia foi considerado um marco, e a casa obteve apoio municipal e estadual. 
  O "anjo da guarda dos travestis" foi assassinado em maio de 1996 com um tiro na boca e outro no peito, evocando tristemente a tentativa de calar aquela voz grave e um coração cheio de amor pelo que a sociedade considerava escória. Em outubro de 2008 foi instituído o "Prêmio Brenda Lee de Direitos Humanos", concedido todos os anos no Dia Mundial de Combate da Aids.                                    
  Ao olhar as patacoadas do rebanho e várias lutas equivocadas nas quais ele se envolve, eu me pergunto por que perdemos o referencial daquele que tocava nos leprosos. Quando a igreja se omite, o radar divino busca outras pessoas de sensibilidade aguçada. Gente disposta a acolher e trabalhar para minorar o sofrimento dos excluídos. Cristo hoje não está manietado e afônico, e ainda é possível identificar por aí as batidas de Seu coração. 
Há vozes. Há braços." 
                                               
{Extraído -  A minha alma está a(r)mada - Sérgio Pavarini}

No lindo amor do Pai,
                    Débora.

4 Comentários...:

Anônimo disse... Responder comentário

Nossa muito bom. Concordo totalmente com o Sérgio. Que Jesus possa estar nos dando amor por almas a cada dia!

Léo.

Stephanie Jones disse... Responder comentário

Liindo! Amei, seguindo aqui, segue o meu?
www.lincymods.blogspot.com
bjs, ameii!

Loucos Por Uma Causa disse... Responder comentário

@Anônimo Amém, Léo! Que Deus encha nossos corações de amor! \o

Loucos Por Uma Causa disse... Responder comentário

@Stephanie Jones Obrigada, flor! :) Uhum, pode deixar que a gente segue siim! Beijos, Deus te abençoe!

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